segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A INVEJA


Logo após o sepultamento de Frederico, morto em conseqüência de insidiosa doença, aos 22 anos, o filho dileto de Delcina, mãe amorosa que o criara junto de mais dois outros irmãos depois que o marido Raulino a abandonara e aos filhos, crianças ainda, ela se retirava chorosa lamentando – o que será de mim sem Fred.
O amigo Lucas, trabalhador espírita do mesmo Centro onde o jovem desencarnado aprendera, meses antes de sua passagem para a Vida Maior, as noções fundamentais da Doutrina Consoladora, abraçou-a sussurrando-lhe no ouvido:
– Delcina, se inveja fosse boa eu estaria morrendo de inveja de Frederico.
Ela, estacou, parou de chorar e olhou fixamente para Lucas que lhe sorriu, plácida e serenamente.
– E por que? – perguntou Delcina.
– Porque ele está muito bem, livre, feliz e sem nenhum sofrimento lá onde se encontra e nós aqui enfrentando dificuldades. E, continuou – o choro, a tristeza deixam Frederico triste. Sorria e agradeça a Deus pelo lugar onde ele está porque de lá, com as bênçãos do nosso Pai e a ajuda dos bons espíritos, todo o tempo, irá te amparar os teus passos aqui na Terra. Acrescentou – quando você sentir saudade, lembra daqueles momentos de alegria e de felicidade e logo vai sentir a presença dele por perto e o seu coração se enternecerá fortalecendo-se para os outros embates da vida.
Já se passaram mais de dez anos desde aquele dia.
Daí em diante, o astral de Delcina mudou. Tornou-se mulher vibrante, operosa e quando, a saudade aperta o seu coração, ela se lembra das palavras de Lucas e sorri sentindo que Frederico está por perto acariciando sua face, adoçando-lhe a existência.
Muitas criaturas choram, quando entes queridos, principalmente jovens, voltam para a Pátria Espiritual!
Acostumados e acomodados às competições da vida social, as pessoas se esquecem de que são passageiras pela vida terrena deixando-se levar pelas influências diárias e choram, nem tanto pelo ente querido, muito mais pela perda de uma fonte de renda representada por aquele que partiu.
Então sentem inveja daqueles que ficaram, especialmente dos conhecidos, vizinhos ou competidores no mercado da vida cotidiana.
Confiança em Deus e é hora de sorrir como Delcina, porque “A inveja é o cupim da alma”, ensinou Emmanuel para Chico Xavier.

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