segunda-feira, 22 de novembro de 2010

REENCARNAÇÃO OU RESSURREIÇÃO


“A alma do homem é como a Água; vem do céu e sobe para o céu, para depois voltar à Terra, em eterno ir e vir.” Goethe.

Grande parte das religiões e dos religiosos não aceita a reencarnação como um dos requisitos da Justiça de Deus.
Exacerbados radicalismos são opostos contra ela. Daí, colocarem a ressurreição como promessa da recomposição do corpo e do espírito quando do Juízo Final, por vários segmentos religiosos. Esses mesmos segmentos entram em contradição com seus dogmas quando falam da ressurreição de Jesus em carne e espírito, pois, com afirmação da recomposição da carne do Rabi da Galiléia, negam que Jesus é Deus. Porque Deus é Espírito e nunca teve ou terá necessidade  de corpo material, indispensável aos homens na fase evolutiva.
Realmente, reencarnação e ressurreição são temas delicados que merecem um tratamento cuidadoso não apenas quanto à forma, mas, principalmente, em relação aos argumentos utilizados, porque ninguém tem o direito de desrespeitar o livre arbítrio de quem quer que seja.
Outrossim, é necessário, senão indispensável mesmo, que ambos lados estejam desvestidos de preconceitos, que analisem, sem paixões, cada dito e cada fato apresentados para que, ao final, as partes tenham o seu próprio juízo, aferindo com justeza, corrigindo os equívocos e acertando seus detalhes argumentativos.
Apesar da contestação de muitos religiosos, outros entendem que reencarnação e ressurreição se confundem pois, no dizer dos dicionaristas, ambas significam vida nova”. Entretanto, não podem ser confundidas, nem tampouco uma anular a outra.
O Pastor Presbiteriano Nehemias Marien, formado pela Faculdade de Teologia da Igreja Presbiteriana em Campinas, e em Jornalismo e Comunicação pela Universidade de Bloomington – EUA; Mestre em Ciências Bíblicas pela Escola Bíblica de Jerusalém e pela Universidade de Nottingham – Inglaterra, desde 1972, no programa “Show Sem Limites”, apresentado por J. Silvestre, e, também, no seu livro “Transcendência e Espiritualidade”, tem declarado: “Até o ano de 553, no segundo Concílio de Constantinopla, a reencarnação fazia parte da Igreja. Depois, por discussões mais administrativas e menos teológicas, foi banida do cânone oficial e hoje a Doutrina Espírita, para a maioria dos pressupostos evangélicos, permanece no índex, interditada àqueles que não concordam com ela. No estudo da Bíblia, as evidências da reencarnação são clamorosas e eu admito ser o Espiritismo a mais caudalosa vertente do Cristianismo. Você encontra tanto no Antigo como no Novo Testamento, evidências claras da reencarnação, isto é, do prosseguir da vida. A morte nunca teve a última palavra.”
Algumas pessoas enganam-se quando acham que a Bíblia trata da reencarnação apenas nas passagens quando Jesus  disse a Nicodemos “que é necessário nascer de novo” e, depois da Transfiguração, quando os Apóstolos perguntaram sobre Elias e o Divino Mestre respondeu: pois que Elias já veio e eles não o conheceram, antes fizeram dele quanto quiseram”. Então os apóstolos compreenderam que Ele lhes falara de João Batista.
Eis outras passagens: “Tu reduzes o homem ao pó, e dizes: tornai, filhos dos homens, pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi” (Salmo 90: 3 e 4). “Porventura não tornarás a vivificar-nos?” (Salmo 85:6); Andarei na presença do Senhor, na Terra dos viventes”. (Salmo 116:9). “Porque somos de ontem e nada sabemos”. (Jó 8:9). “Agora eu era uma boa criança por natureza, e uma boa alma caiu no meu lugar. Sendo eu bom,eu caí num corpo puro”. (Sabedoria 8: 19 e 20). “Os vossos mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão” (Isaías 26:19). “Na quarta geração tornarão para aqui”. (Gênese, 15:15 e 16). “Viverão  com seus filhos e voltarão”. (Zacarias 10:9). “Eis que abrirei as vossas sepulturas , vos tirarei de dentro delas, vos trarei à terra de Israel”. (Ezequiel 37:12). “Javé é quem faz morrer e viver, quem faz descer à sepultura e de lá retornar”. (I Samuel 2:6).
É preciso compreender que o espírito existe desde sua criação e que só vem a Terra ou a outro planeta quando reúne as condições encarnatórias. Por isso, a preexistência não tem como ser combatida. Rebeca, grávida, está aflita com a rivalidade que percebe entre os dois espíritos cujos corpos estavam sendo gestados no seu ventre. Consultou Jeová que respondeu: ”Duas nações há no teu ventre e dois povos se dividirão de tuas entranhas: um povo será mais forte do que o outro e o mais velho servirá ao mais moço” Gênese 25: 22 a 26. (o mais velho dos gêmeos é quem nasce primeiro).
Modo geral, os defensores da ressurreição em contraposição com a reencarnação, entendem que o ressurgimento se dá no mesmo corpo que um dia morreu, e isto no Juízo Final que não deixa de ser o mesmo que Final dos Tempos, enquanto pela reencarnação a volta do espírito, à vida física, acontece em novo corpo, sucessivamente até que atinja o seu melhor grau evolutivo. E aí a grande diferença. E aí a necessidade do bom senso. E aí só o raciocínio claro e isento pode concluir qual tema é mais consentâneo com a Divina Justiça, ou se ambos foram contemplados nas Imutáveis Leis.
Há muitos milênios, escrituras, Avatares e sábios hindus trataram da reencarnação. Eis o que diz o Bhagavad Gita (livro sagrado dos hindus): “Assim como a alma passa, neste corpo, pela infância, juventude e a fase adulta, de igual maneira ela toma outro corpo. O sábio não estranha tal coisa. (2.13)
Tal como uma pessoa despe a roupa velha e veste outra nova, a alma encarnada saca os corpos gastos e veste outros que sejam novos.“ (2.22).
Krishna Avatar, 5000 anos A.C. ensinou a verdade da reencarnação.
 O Professor católico José Reis Chaves, no livro “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência”, diz: “Muitos acham que ressurreição e reencarnação são duas questões incompatíveis, o que é um grande equívoco. Para sintetizar de vez o assunto, devemos atentar para o fato de que a ressurreição bíblica é na chamada fase escatológica do homem ou no final dos tempos – final dos tempos, e não do mundo –, enquanto que a reencarnação sempre aconteceu, acontece e acontecerá, antes da mencionada fase o homem, como numa espécie de ressurreição provisória, em preparação à ressurreição, propriamente dita, ressurreição essa que não é só bíblica, mas universal, pois consta também das escrituras sagradas de outras grandes religiões”.
Para o Professor José Reis a reencarnação seria a fase intermediária da evolução espiritual do homem; ou seja, enquanto o homem não chega à perfeição há de ir e voltar entre os dois mundos físico e espiritual, servindo-se da reencarnação e que, só ao final dos tempos, que não é o final do mundo, acontecerá a ressurreição bíblica, pois o ser humano não mais necessitará de um corpo físico e sim só do corpo astral, a que dão o nome de fase da glorificação.  Tanto que conclui: “Mas o que é ressurreição? É a libertação do espírito da matéria, isto é do corpo mortal. Por isso ela é também a libertação da morte”.
De uma clareza meridiana, essa explanação do Professor Reis já seria suficiente para por fim a qualquer celeuma. Mas, como a humanidade, ainda tão díspar, contestadora eu diria, coloca oposições as mais complicadas exatamente visando defender os seus dogmas, pois quase todos se acreditam donos da verdade, quando até Jesus negou ser proprietário dela, ao responder a Pilatos que “a Verdade é Deus que está nos céus”.
Sonia Jobim, em notável artigo na revista Visão Espírita, ano 2, nº 24, páginas 18 a 21, ensina que: Não há discrepâncias nem diferenças. A reencarnação e a ressurreição do espírito são verdades, dentro de parâmetros estabelecidos. São etapas de um mesmo ciclo evolutivo. São elas: 1 – Criação do Espírito: o espírito em sua “forma” original é uma energia, criada por Deus. Nessa “forma” ele está num estágio embrionário, onde não está desenvolvido, nem o Bem nem o Mal. Suas potencialidades estão apenas latentes. 2 – Reencarnação: etapa em que o espírito “toma” forma material (física) necessária a uma vida planetária (na Terra ou outro orbe). O objetivo é desenvolver todas as suas potencialidades. 3 – Ressurreição: etapa final do espírito, quando completado seu aprendizado retoma sua forma original, que é pura energia, não reencarnando mais. O espírito restabelece o íntimo contato com seu criador e está pronto a empreender missões mais elevadas da Criação. (Todos os grifos são da autora e a transcrição é literal até na pontuação).
Quando Chico Xavier e Waldo Vieira estiveram nos Estados Unidos, Chico recebeu mensagem psicografada em inglês do espírito Ernest O’Brien que afirmou: “ A reencarnação é o retorno da alma à Terra, repetidas vezes, no corpo humano. Somente essa doutrina explica as aparentes injustiças da vida. É a verdade eterna”.
Os espíritos Jésus Gonçalves e Jair Presente, respectivamente, cantaram a reencarnação:
Jésus Gonçalves                                                             Jair Presente        
Uma lei que nunca erra:                                                E acentuou: - meus amigos,
Reencarnação, lei bendita...                                         Bendita é a reencarnação,
Cada ser retorna à Terra                                               A lei que nos guia e nos eleva,
Na lição que necessita.                                                  Aos cimos da evolução!...
Assim, quando o espírito tiver adquirido o pleno conhecimento do Universo e atingido o ápice da moralidade, não mais necessitará de encarnar-se, encontrando-se pronto para a Ressurreição anunciada na Bíblia. Mas essa Ressurreição dar-se-á apenas quanto ao espírito que transcende as dimensões além da matéria. Onde reina o espírito, não cabe a matéria.
Ou, ainda, em palavras mais simples, o corpo material pertence aos mundos materiais, pois é dali que o espírito retira os elementos para compor a sua forma física.
O corpo, o bendito corpo, serve apenas para propiciar ao espírito suas vivências materiais. Ao desencarnar, o espírito volita para esferas do além imaterial, deixando no mundo material os despojos dali retirados ao nascer.
As sábias palavras de Emmanuel encerram este articulado: Façamos o melhor ao nosso alcance, refletindo o Cristo em nossa própria consciência e, nessa diretriz salvadora, estejamos convictos de que para nós a Divina Ressurreição começará desde hoje”.

O ABORTO


O rumoroso caso do aborto terapêutico praticado por equipe médica no Estado de Pernambuco numa menina de 9 anos estuprada desde os 6 anos pelo padrasto e que estava grávida de fetos gêmeos, extrapolou as fronteiras brasileiras, veio de ser comentado em quase todos os países do Mundo, porque um arcebispo da Igreja Católica, inicialmente, com a aprovação do Vaticano, entendeu de aplicar normas do Código Canônico, excomungando a mãe da criança grávida e toda a equipe médica que trabalhou na interrupção da gravidez.
Interessante que a condenação do aborto só veio como mote eclesial fundado no fato de que duas vidas (os fetos são seres vivos) foram tiradas, mesmo que o desiderato natural seria a morte da menininha de 9 anos, que nem ficou sabendo de gravidez pois dela nada entendia, imaginando que as transformações físicas pudessem ser consequência de vermes intestinos.
Mais interessante é que a condenação da Igreja não atingiu o padrasto estuprador.
Entrevistado num programa matutino da TV Globo de grande audiência nacional, o médico responsável pelo procedimento disse que não se arrependeu e que procedeu de acordo com a lei nacional que permite o aborto nos casos de violência por estupro e, no caso, porque a menina tem útero infantil e a gravidez, principalmente dupla, colocava a gestante em sério risco de morte, por pré-eclampse ou mesmo por eclampse e, ainda, porque o órgão da criança, também desnutrida, não suportaria o desenvolvimento dos dois fetos.
O médico, garantiu, que continuará trabalhando na conformidade da legislação.
O mesmo programa de televisão promoveu enquête nacional por telefone tendo a opinião pública apresentado o seguinte resultado: 90% dos ouvintes se declararam a favor do referido aborto e só 10% deram razão à Igreja ou ao Arcebispo.
A Doutrina Espírita cuida do aborto nas questões 357 a 360 de “O Livro dos Espíritos”.
Kardec pergunta e os espíritos respondem que as consequências do aborto para o Espírito é de uma existência nula com recomeço em outra oportunidade.
Inquire, na questão 360, se o respeito que se tem com o corpo de uma criança nascida na Terra deve ser o mesmo para com o feto abortado e os espíritos responderam: “Em tudo isto vede a vontade de Deus e a sua obra, e não trateis levianamente as coisas que deveis respeitar. Por que não respeitar as obras da Criação, que às vezes são incompletas pela vontade do Criador? Isso pertence aos seus desígnios, que ninguém é chamado a julgar.”
Na questão 358,o Codificador inquire se o aborto provocado é um crime, qualquer que seja a época da concepção.
A resposta é elucidativa: “ Há sempre crime, quando se transgride a lei de Deus. A mãe, ou qualquer pessoa, cometerá sempre um crime ao tirar a vida à criança antes do seu nascimento, porque isso é impedir a alma de passar pelas provas de que o corpo devia ser o instrumento.”
Emmanuel, no livro Religião dos Espíritos, edição FEB/1988, página 17, trata, assim do Aborto Delituoso: “Comovemo-nos, habitualmente, diante das grandes tragédias que agitam a opinião. Homicídios que convulsionam a imprensa e mobilizam largas equipes policiais... Furtos espetaculares que inspiram várias medidas de vigilância... Assassínios, conflitos, ludíbrios e assaltos de todo jaez criam guerra de nervos em toda parte; e, para coibir semelhantes fecundações de ignorância e delinqüência... Todavia, um crime existe mais doloroso, pela volúpia da crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da natureza... Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação. Referimo-nos ao aborto delituoso, em que os pais inconscientes determinam a morte dos próprios filhos, asfixiando-lhes a existência, antes que possam sorrir para a bênção da luz...
Homens da Terra, e sobretudo vós, corações maternos chamados à exaltação do amor e da vida, abstende-vos de semelhante ação que vos desequilibra a alma e entenebrece o caminho!
Fugi do satânico propósito de sufocar os rebentos do próprio seio, porque os anjos tenros que rechaçais são mensageiros da Providência, assomantes no lar em vosso próprio socorro...”
Entretanto, a questão 359, enfoca uma situação em que os divinos olhos do Pai se mostram compassivos. Kardec inquire: “No caso em que a vida da mãe estaria em perigo pelo nascimento da criança, há crime em sacrificar a criança para salvar a mãe?”
Taxativa e objetivamente, responderam os espíritos: “ É preferível sacrificar o ser que não existe a sacrificar o que existe”.

A gravidez com os dois fetos no ventre da criança de 9 anos não era simplesmente uma gravidez de risco, mas que colocava em perigo imanente e iminente a pequenina mãezinha que nunca se imaginou grávida pois acreditava que era portadora de severa verminose.
Trata-se, portanto, de um caso de aborto, que a Justiça Divina classifica como necessário utilizado unicamente para salvar a vida existente da inocente criança violentada, não por conta do estupro, mas, para garantir continuasse viva a pequenina mãe, permitindo, assim, a extirpação dos dois fetos que ainda não existiam para o Mundo e que, naturalmente, terão oportunidade de renascimento em ventre preparado e apropriado.

O AMOR UNIVERSAL

Amarás teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito. Esse o maior e o primeiro mandamento. E aqui está o segundo, que é semelhante ao primeiro; Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. – Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.”  Mateus, XXII, 36 a 40.

Quanta confusão já vimos quando se fala do AMOR.
Também tantos já conceituaram tantas vezes o AMOR. O AMOR é... O AMOR é...
O AMOR é a luz do Mundo. Foi com essa expressão maravilhosa que a TV Globo encerrou uma novela das 6 horas.
O AMOR é...
Leandro Pires, no livro O Eu Superior – Nosso Verdadeiro Mestre: O Amor é o sentimento mais difícil de ser explicado. Porque não há palavras que o definam melhor. É um sentimento tão intenso e poderoso, de tão elevadas vibrações, que praticamente impossibilita ao homem explicá-lo melhor, através de simples palavras”.
E quando a gente diz: O AMOR UNIVERSAL, muitos correm pra dizer: ah! Isso é coisa de carola, de beato, de padreco, de espírita sofredor, e vão desfilando impropérios mil sobre esse tal de AMOR UNIVERSAL.
Tem gente que diz: Amor Universal, rima com “sem sal”, e lá vêm mais um mundaréu de outras impropriedades: igrejeiro, catimbozeiro, macumbeiro, e mais um tantão de “eiros”. Caramba! Dá vontade de rir.
Mas, não é de rir, não. É pra chorar, diante da ignorância ou dos interesses com que a humanidade desvia o verdadeiro sentido do segundo mandamento da Lei Divina: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo”. Pois foi aí, nesse ponto crucial da vida, que o Mestre Jesus nos mostrou o que é o AMOR UNIVERSAL.
Walkiria Lúcia de Araújo Cavalcante, no artigo “O mandamento maior” para a Revista Internacional de Espiritismo, Dezembro/2007, pág. 573, escreveu: “Junta em seguida, a este mandamento: “Amarás ao teu próximo, como a ti mesmo. Ele não nos disse para amar o próximo como ele nos ama. O amor de Jesus é um amor sem mescla, sem preconceito. O nosso amor ainda não se expressa com total pureza”.
Caramba! É fácil dizer EU TE AMO. Muito fácil. O negócio mais difícil é realmente amarmos o próximo como a nós mesmos.
Mas será que amamos a nós mesmos?
E nossas tristezas que cultivamos como se fôssemos crianças desamparadas?
E nossos melindres que trabalhamos pra nunca deixar de continuar assassinando mentalmente aqueles que nos “ofenderam”?
E nosso amor próprio ferido, nosso orgulho de homem ou de mulher? De pai dedicado ou de mãe extremada?
E nossas vaidades que ultrapassam qualquer idade e que tanto são exaltadas como se fossem naturais no ser humano?
E nossas esquisitices que guardamos cuidadosa e zelosamente no coração pra só explodir na hora certa, porque somos sistemáticos?
E nossas depressões que, nas horas em que estamos sós, tratamos a “pão de ló” pra que os mais próximos sofram com “nossos terríveis sofrimentos”?
“Coitadinho(a) dele(a)! Não é bom que eles tenham “peninha” da gente? Afinal somos tão sofredores e nem merecemos isso! Somos tão bons que deveríamos estar no lugar dos maiores entre todos os homens da Terra, pois ninguém está à nossa altura.
No budismo, existe a prática da meditação com o objetivo de alcançar o amor incondicional, o AMOR UNIVERSAL.
Então essa técnica milenar de efeitos maravilhosos, senão fantásticos, por conta de que ensina pessoas de qualquer idade, sexo, religião, tem a finalidade de purificar a mente, tornando-a saudável e íntegra. É o primeiro passo para a pessoa amar a si mesma. Por isso, é denominada Meditação Universal.
Eis o procedimento: A prática da Meditação do Amor Universal deve começar pela própria pessoa, porque se alguém não se ama, torna-se impossível estender amor e benevolência a outras pessoas.
Inicia-se com o pensamento: estou limpando minha mente de todas as impurezas, que eu esteja livre de maldades, que eu esteja livre de inimizades, que eu fique livre do sofrimento, que eu me sinta muito feliz, com muito amor e muita paz.
Depois disso com a mente e o coração repletos de amor e paz, o pensamento deve ser dirigido a uma pessoa muito querida, da qual gostamos muito, visualizamos essa pessoa recebendo todo o nosso carinho, toda a paz e todo o amor que estamos sentindo. Em seguida visualizamos uma pessoa que nos é indiferente, um conhecido do qual não gostamos nem deixamos de gostar, e enviamos o mesmo pensamento. Finalmente lembramos de alguém que por algum motivo não gostamos, que nos é desagradável, pelo qual temos algum tipo de rancor, e enviamos em forma de pensamento o nosso perdão, banhando-o com pensamentos de amor, paz e compreensão”.
Ora, quando nos tornamos capazes de amar-nos e passamos a endereçar nossos sentimentos em favor do próximo, podemos dizer que estamos aptos para darmos o primeiro passo do Amor Incondicional.
Depois disso, a prática se consolidará, até que o Amor Incondicional seja o verdadeiro Amor Universal.
Novamente, Leandro Pires, na obra citada: O Amor Universal é a manifestação de um Amor puro, infinito, imparcial e sem distinções.
O Amor Universal não faz distinção entre raças, cor, e credo religioso; não discrimina, não separa, não julga, não prefere, nem escolhe. Mas não é indiferente, tem compaixão, inspira o perdão, tem a sua própria razão, e assim como a Fé, é capaz de mover montanhas”.
É um sentimento agradável, doce, maravilhoso. Uma alegria incomensurável, uma ternura inefável avançam pelo peito a dentro quando praticamos o bem ao nosso próximo. E ao vê-lo feliz pelo amor que lhe doamos sem condições, a felicidade penetra nossa alma e ambos nos tornamos como um foco luminoso – é a irradiação do Amor.
O ser humano então compreenderá que o mandamento Amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento e ao próximo como ama a si mesmo, é o único caminho que leva ao descortino da fé pela razão e, de conseqüência, à felicidade inconteste do mais sublime dos sentimentos – o AMOR.
Nesse instante sublime, não só o nosso coração se encontra emprenhado de vigorosa energia, como sentimos que todo o Universo pulsa no mesmo ritmo.
Ainda há muitos desamores, muitos abalos, muitas ofensas, muitas guerras, muitas escaramuças, muitas brigas menores ou maiores para serem vencidos.
Assim como neste terceiro milênio nosso Orbe terrestre deixará de ser um planeta de provas e expiações, tornando-se um Mundo regenerado, também os homens, num futuro, nem tão distante, descobrirão e sentirão este AMOR UNIVERSAL, vivenciando-o em sua plenitude, escoimando sofrimentos para compartilhar a felicidade em todos os quadrantes da matéria.

A RESIGNAÇÃO


                                   “Bem-aventurados os aflitos, porque eles serão consolados.”
O homem nasce na Terra para evoluir, para vencer a si mesmo e amealhar virtudes.
­A resignação é uma das virtudes difíceis de serem adquiridas e seu exercício é quase sempre incompreendido pois o sofrimento ocorre comumente em nosso mundo.
Apesar dos inumeráveis progressos sociais, milhões de seres sofrem ainda terríveis dores: a miséria provocando intensas agonias; a enfermidade arrastando os seres para os vales do sofrimento e da angústia, de que nem mesmo as classes mais cultas ou abastadas conseguem se isentarem desses males.
Às vezes, u’a melancolia se abate sobre o ser até daquele que habita ambientes onde reina a abundância, um sentimento de desânimo, uma vaga tristeza, às vezes se apodera das almas.
Conheci um tetraplégico que aparentava uma tranquilidade inexprimível, mas, que se enfurecia com seus familiares quando, por sofrer incontinência urinária, molhava o fraldão na frente de gente que o visitava.
Isabel já andava pela casa dos 50 e poucos anos. Morava num barraco de adobe que ela mesma construíra próximo do encontro do Ribeirão Veredão com o Rio dos Bois lá pelas bandas do município de Acreúna.
Quase nunca tinha o que cozinhar para alimentar as 3 pessoas que dividiam o barraco: ela e seus 2 filhos, Genésia debilóide de 35 anos e Fábio, de 22 anos, totalmente dependente pois não falava, andava de quatro como os animais quadrúpedes e que sempre se sujava com seus excrementos.
Apesar de todas as dificuldades, ausência de alimentos, deficiências vitamínicas, Isabel trabalhava lavando roupa pra fora usando uma “quada” de sabão de cinzas que ela mesma fazia até porque não podia comprar os detergentes próprios. E enquanto lavava a roupa, cantarolava alegremente entoando agradecimentos a Deus pela vida e pelos filhos adorados que o Senhor lhe destinara.
Richard Simonetti escreveu “A Receita Para Ser Forte: Incrível! Aquele homem passara cinco dias perdido no deserto, sem água, sem alimentação! E não morrera! Um prodígio de resistência!
No hospital, ainda fraco, mas em franca recuperação, vê-se rodeado por pessoas interessadas em seu segredo. Como pudera sobreviver? Onde encontrara recursos para sustentar-se?
O homem sorriu, bem humorado, e respondeu:
- Muito simples! Eu orava o tempo todo. A oração foi meu sustento, minha tábua de salvação!”
Depois, Simonetti aconselha: “Amigo. Em todas as situações, onde estiver, converse com Deus. Como o filho que procura a ajuda de seu pai, fale de seus anseios e esperanças. Comente suas angústias e problemas. Abra seu coração e Ele o sustentará nas lutas do Mundo, ajudando-o a fazer o melhor.
Tudo será mais fácil se aprendermos a conversar com Deus...”
A dor é o remédio para a correção das nossas imperfeições e, também, para as enfermidades da nossa alma.
No atual estágio de evolução em que nos encontramos, sem ela não é possível o nosso aprimoramento.
Nossos excessos geram as moléstias orgânicas que se abatem sobre nós, assim como nossas faltas passadas são responsáveis pelas provas morais que nos atingem.
Um dia, o resultado de nossos erros e equívocos, fatalmente, recairão sobre nós.
É a lei de justiça agindo no curso de nossas existências.
Saibamos aceitar os seus efeitos como se fossem remédios amargos, operações dolorosas, capazes de restituir nossa saúde.
Embora possamos nos sentir entristecidos pelos desgostos, devemos sempre suportá-los com paciência, alegria e disposição, compreendendo que nós plantamos e agora estamos colhendo os frutos do nosso plantio.
Caminhamos no terceiro milênio, mas, a Terra ainda é um mundo de provas e expiações, em que a dor reina soberana, em virtude de que o mal ainda sobrepuja o bem.
Ainda que estejamos conscientes dessa inegável condição, é nosso dever lutar contra a adversidade, porque sofrer sem reagir aos males da vida seria uma covardia.

Ao percebermos que todos os nossos esforços para superar os sofrimentos, físicos ou morais, se tornam supérfluos, quando tudo se mostra inevitável, é porque é chegado o momento de apelarmos para a resignação.
Toda revolta contra a lei moral que corrige nossas mazelas seria tão insensato quanto querermos resistir à lei da gravidade.
Se fazemos sentir, por toda parte, o peso de nossas amarguras, infelicitamos os que nos amam e até aqueles que nos vêem como exemplos, nos caminhos da vida.
Com raciocínio, o espírito sensato clareia a situação encontrando, na provação, os meios de fortificar suas qualidades.
Só é corajosa a alma que aceita os males, as dificuldades, os obstáculos que encontra pela frente, trabalha os pensamentos, compreende a Justiça Divina como bênção regeneradora, eleva-se acima deles, sorri agradecida, construindo, então, uma escala para atingir a virtude. 
A resignação é uma conquista do Espírito que vence suas paixões para atingir a maturidade. Conseguindo mantermos a alegria e o otimismo, mesmo nas condições mais adversas, ao enfrentarmos com tranquila dignidade nossos infortúnios, preparamo-nos para um futuro venturoso.
Sejamos, pois, alegres e felizes, agradecendo a Deus pela vida.

A CORAGEM DA FÉ


            Todo aquele pois que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos Céus; e o que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos Céus. – Mateus, X: 32 e 33.

O ser humano conceitua a coragem como aquela que se sobrepõe ao medo, ou, até mesmo, a que extrapola este último sentimento.
Credita-se a coragem da fé, àqueles que têm a ousadia de expor sua crença através de veementes palavras ou pela firmeza de posições sobre as verdades de sua doutrina.
Depois de espancado, cuspido, coroado de espinhos, vestido em túnica barata, uma cana nas mãos amarradas à título de cetro, humilhado, quando Pilatos, que perguntou o que era a verdade, Jesus, sereno, olhar profundo, sem titubear, respondeu: A Verdade é o Pai que está nos Céus.
Sem dúvida alguma, que essa resposta demonstrou a Coragem do Mestre e a extensão da sua Fé inabalável no Pai que está nos Céus.
Todas as humilhações, os vilipêndios populares enquanto carregava o pesado madeiro até o Calvário, os grandes cravos nos pulsos e nos pés, a lançada no coração, o vinagre nos lábios ao invés de água, nada disso conseguiu derrubar o esteio da Fé do Rabi da Galiléia. No momento da expiração final do corpo, elevou sua voz: Pai, em Tuas Mãos entrego o meu espírito.
O homem, na sua trajetória terrena, não sofre nenhuma das dificuldades enfrentadas pelo Cristo. Sucumbe, muitas vezes, diante de qualquer querela ou se preocupa com dizeres ou palavras de outrem que colocam em cheque a sua vacilante fé.
Instado por Críton, o discípulo que conseguira abrir a porta da cela da prisão de Sócrates sugerindo sua fuga porque morreria pelo veneno cicuta, o filósofo mestre respondeu: “Ninguém mata Sócrates, porque Sócrates não é carne, mas, a alma imortal.
Já entontecido pela cicuta respondeu a Críton que queria saber onde enterra-lo: o corpo vocês enterram onde quiserem, porque Sócrates voa para Deus.
Tem a coragem da fé aquele que é humilde, tolerante e que não hesita na dedicação ao trabalho do Bem, sempre em favor do próximo, mesmo diante de dificuldades e de empecilhos do dia-a-dia.
A prece é recurso poderoso para que o espírita encare, confiante, qualquer problema na certeza de que sua coragem vem de um Grande Deus.

A INVEJA


Logo após o sepultamento de Frederico, morto em conseqüência de insidiosa doença, aos 22 anos, o filho dileto de Delcina, mãe amorosa que o criara junto de mais dois outros irmãos depois que o marido Raulino a abandonara e aos filhos, crianças ainda, ela se retirava chorosa lamentando – o que será de mim sem Fred.
O amigo Lucas, trabalhador espírita do mesmo Centro onde o jovem desencarnado aprendera, meses antes de sua passagem para a Vida Maior, as noções fundamentais da Doutrina Consoladora, abraçou-a sussurrando-lhe no ouvido:
– Delcina, se inveja fosse boa eu estaria morrendo de inveja de Frederico.
Ela, estacou, parou de chorar e olhou fixamente para Lucas que lhe sorriu, plácida e serenamente.
– E por que? – perguntou Delcina.
– Porque ele está muito bem, livre, feliz e sem nenhum sofrimento lá onde se encontra e nós aqui enfrentando dificuldades. E, continuou – o choro, a tristeza deixam Frederico triste. Sorria e agradeça a Deus pelo lugar onde ele está porque de lá, com as bênçãos do nosso Pai e a ajuda dos bons espíritos, todo o tempo, irá te amparar os teus passos aqui na Terra. Acrescentou – quando você sentir saudade, lembra daqueles momentos de alegria e de felicidade e logo vai sentir a presença dele por perto e o seu coração se enternecerá fortalecendo-se para os outros embates da vida.
Já se passaram mais de dez anos desde aquele dia.
Daí em diante, o astral de Delcina mudou. Tornou-se mulher vibrante, operosa e quando, a saudade aperta o seu coração, ela se lembra das palavras de Lucas e sorri sentindo que Frederico está por perto acariciando sua face, adoçando-lhe a existência.
Muitas criaturas choram, quando entes queridos, principalmente jovens, voltam para a Pátria Espiritual!
Acostumados e acomodados às competições da vida social, as pessoas se esquecem de que são passageiras pela vida terrena deixando-se levar pelas influências diárias e choram, nem tanto pelo ente querido, muito mais pela perda de uma fonte de renda representada por aquele que partiu.
Então sentem inveja daqueles que ficaram, especialmente dos conhecidos, vizinhos ou competidores no mercado da vida cotidiana.
Confiança em Deus e é hora de sorrir como Delcina, porque “A inveja é o cupim da alma”, ensinou Emmanuel para Chico Xavier.

CÉLULAS TRONCO - NOSSA BRIGA


Grande polêmica se instalou no cenário nacional a respeito de pesquisas científicas com células-tronco ou embrionárias na cura de muitas doenças, senão todas, e na restauração de órgãos ou funções físicas das pessoas.
Células-tronco são células capazes de multiplicar-se e diferenciar-se nos mais variados tecidos do corpo humano (sangue, ossos, nervos, músculos, etc.).
A cientista e pesquisadora brasileira Dra. Mayana Zatz, define células-tronco: “as que têm a capacidade de diferenciar-se em diferentes tecidos humanos. Existem as células-tronco totipotentes ou embrionárias, que conseguem dar origem a qualquer um dos 216 tecidos que formam o corpo humano; as pluripotentes, que conseguem diferenciar-se na maioria dos tecidos humanos, e as células-tronco multipotentes que conseguem diferenciar-se em alguns tecidos apenas”.
No exato momento em que o espermatozóide fecunda o óvulo, começam as primeiras divisões celulares  surgindo as células totipotentes que vão obrigatoriamente dar origem a todos os tecidos do corpo.
Dra. Zatz explica em detalhes: “as células totipotentes existem até quando o embrião atinge 32 a 64 células. A partir daí, forma-se o blastocisto cuja capa externa vai formar as membranas embrionárias, a placenta. Já as células internas do blastocisto, que são chamadas de totipotentes, vão diferenciar-se em todos os tecidos humanos.”
Obtém-se uma célula totipotente pegando um óvulo fecundado para colhê-la até a divisão em 64 células.
Segundo a cientista, “as pesquisas ainda em andamento indicam que até 14 dias depois da fecundação, as células embrionárias seriam capazes de diferenciar-se em quase todos os tecidos humanos. Depois disso, começam a dar origem a determinados tecidos”. E, continua explicando: “Os adultos conservam células - por exemplo, na medula óssea - que têm a capacidade de diferenciar-se em vários tecidos, mas não em todos. Elas também existem no cordão umbilical, mas já são células-tronco adultas que não conservam a capacidade das células embrionárias”.
O Dr. Drauzio Varela questionou a cientista: “Quando se trabalha com reposição de tecidos, é possível pegar células pluripotentes da medula óssea, ou seja, do tutano do osso, aquele tecido gorduroso que vai dar origem aos elementos do sangue, e obrigá-las a transformar-se, por exemplo, em neurônios no cérebro?”
Ela respondeu: “Essa é a grande questão. Alguns anos atrás, quando se começou a trabalhar com células-tronco, os estudos diziam que sim, mas agora isso está sendo questionado. Um exemplo é o grupo de pesquisadores do Rio de Janeiro que fez um trabalho com células-tronco em pessoas cardíacas. Hoje se discute se realmente essas células se diferenciaram em células cardíacas ou se simplesmente melhoraram a irrigação do coração.
No momento, a única coisa a respeito da qual se tem certeza é que as células-tronco de origem embrionária conseguem diferenciar-se em todos os tecidos do organismo.”
Dra. Mayana Zatz esclareceu de forma sintética e objetiva que somente as células embrionárias conseguem se diferençar em todos os tecidos humanos. Conseqüentemente, só as células oriundas de embriões são capazes de refazer a integridade física-orgânica do ser humano.
Mas, aí é que se estabelece a grande polêmica que, inclusive, tem criado óbices aos cientistas brasileiros.
A lei de biossegurança, aprovada no Congresso e sancionada pelo Presidente da República, não foi capaz nem de garantir o cultivo de vegetais transgênicos, imagine se permitiria pesquisas com embriões, que algumas religiões confundem com fetos, opondo-se, por conseguinte, acreditando que a sua aplicação no corpo humano estaria ceifando vidas já concebidas.
Fossem fetos os embriões, ainda assim a validade desses argumentos religiosos seria discutível diante da recomposição ou da salvação de vidas já estabelecidas.
Os embriões que os cientistas pretendem utilizar nas pesquisas são aqueles congelados e reservados nos laboratórios e que, pelo decurso do tempo, isto é, depois de 3 anos, considerados não mais servíveis à inseminação artificial, ou gravidez “in vitro”, tornando-se descartáveis, ou que os responsáveis pela fecundação (homem e mulher) tenham autorizado o  descarte.
As células-tronco pluripotentes que persistem na vida adulta obtidas do cordão umbilical poderiam resolver parte do problema não fosse o seu destino - o lixo, porque inexiste banco de cordão umbilical. No parto, tanto a placenta, quanto o cordão são descartados.
Dissemos parte do problema porque as pluripotentes se diferenciam em alguns tecidos. As células ideais, sem sombra de dúvida, são as totipotentes, isto é, as divididas em 64 células, porque elas são capazes de formar todos os tecidos do corpo humano.
Sigamos o ensinamento da Mestra Zatz: “É preciso deixar o embrião chegar à fase de blastocisto, isto é, com 64 células, o que leva no máximo cinco dias. É fundamental deixar claro o processo para as pessoas entenderem o que pretendemos. O blastocisto é um montinho de células menor do que a ponta de uma agulha, e ninguém está pensando em destruir embriões, muito menos fetos. A idéia é cultivar essas células em laboratório de maneira que se diferenciem no tecido desejado.”
A ciência não pretende destruir a vida. Por isso a Dra Zatz diz enfaticamente: “O casal tem um problema de fertilidade, procura um centro de fertilidade assistida, juntam-se o óvulo e o espermatozóide e formam-se os embriões. Normalmente são dez, doze, quinze embriões, alguns de melhor qualidade, mas outros malformados que não teriam a capacidade de gerar uma vida se fossem implantados num útero, vão direto para o lixo. Esses embriões descartados serviriam como material de pesquisa para fazer a linhagem de células totipotentes.
A segunda hipótese refere-se aos casais que já implantaram os embriões, tiveram os filhos que queriam e não vão mais recorrer aos embriões de boa qualidade que permanecerão congelados por anos até serem definitivamente descartados.”
“Esses embriões têm potencial de vida baixíssimo. Muitos teriam potencial zero mesmo que fossem implantados. No entanto, sabe-se que não serão aproveitados e que, um dia, também serão jogados no lixo.”
A imprensa noticiou, a poucos dias, que nossa vizinha Argentina injeta células-tronco clonando vacas que estão produzindo leite com insulina humana, resolvendo a cura do diabetes.
Em artigo publicado pela revista “Stem Cells”, a Geron Corporation, empresa biofarmacêutica americana, afirmou que as células-tronco podem ser usadas para se obter células do pâncreas que produzem insulina, opção para tratamento da diabetes.
Segundo o articulado, os pesquisadores da empresa usaram células-tronco obtidas de embriões humanos e conseguiram desenvolvê-las como células que produziram insulina no pâncreas.
A informação da Geron indica o progresso da pesquisa e das experiências com células-tronco nos Estados Unidos, no setor particular e nos Estados, mas, também lá,  o governo federal mantém sua restrição de apoio.
No mundo todo, os cientistas têm estudado a aplicação de células-tronco humanas no organismo das pessoas doentes, que apresentam algum sofrimento ou restringidas nos seus movimentos, conseqüência de acidentes, traumas ou degenerescência muscular, etc.
“Há pessoas que nascem normais, mas a partir de determinada idade começam a perder musculatura por defeito do músculo ou dos nervos que deveriam estar enervando aquele músculo”, afirma a pesquisadora Dra. Zatz.
Enquanto cientistas do mundo todo se empenham nas pesquisas com células embrionárias, o Brasil se enrosca na desinformação, no desinteresse  e em preconceitos religiosos que raiam à ignorância e ao fanatismo.
Se os óbices religiosos fossem realmente para valer, esbarrariam no próprio objetivo do Criador da Vida que permite o avançar das pesquisas mundiais, até mesmo em países onde o cristianismo é praticamente nulo, que utilizam  embriões descartáveis ou descartados cujos resultados demonstram a recomposição e a renovação de tecidos, promovendo a recuperação da saúde perdida, ou, ainda, salvando vidas em todos os outros lugares, menos no nosso País.
Assim, quando o mundo houver conquistado o sucesso nas suas pesquisas, o Brasil, que ficou parado nas burrices religiosas e na estultícia retrógrada dos legisladores, mais ocupados com a “lei de Gerson” do que com leis progressistas e de conquista de melhoria da qualidade de vida dos seus cidadãos, ver-se-á obrigado a pagar os “royalties” que economizaria se tivesse liberado pesquisas utilizando embriões descartáveis e, de conseqüência, teria patentes registradas.
Aproveitando que a economia brasileira vai de vento em popa, é hora de iniciarmos a transformação, enfatizando, aos legisladores nossos conhecidos, a importância e a necessidade de que a pesquisa científica brasileira se dedique com afinco no trabalho com os embriões descartáveis ou deformados ou que seriam incapazes de gerarem vidas no útero feminino, aprovando leis nesse sentido e verbas federais para que os resultados não sejam favoráveis a empresas multinacionais com sede em outros países.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A REFORMA ÍNTIMA

João Batista Armani, no seu texto “Reforma Íntima”, publicado no site Portal do Espírito, da cidade de São José do Rio Preto – SP, conta uma pequena história de um doente que padecia de cirrose hepática em consequência da ingestão de bebidas alcoólicas, para, ao final, citar u’a mensagem de Emmanuel: “O pastor conduz o seu rebanho, mas são as ovelhas que andam com as próprias pernas”.
Assim, deve ser a questão da Reforma Íntima. 
Reforma Íntima e Livre Arbítrio, ligam-se entre si, como se a primeira jamais poderia acontecer sem o exercício do Livre Arbítrio.
Como podemos entender o que é Reforma Íntima?
Há quem responda com as mais variadas expressões, todas muito bem colocadas e elucidativas. Algumas são grandiloquências doutrinárias de auto-afirmação do próprio autor, outras singelas palavras de clareza meridiana e de fácil entendimento.
Certa feita, em conversa com o escritor, palestrante, conferencista espírita e professor universitário de Direito Emidio Silva Falcão Brasileiro, que juntamente com sua esposa, também escritora espírita, possuidora de invejável cultura Marislei Espíndula Brasileiro, formam uma dupla em que a alegria é constante, a segurança nos princípios doutrinários são evidentes e irrestrita a confiança em Deus e na Sua Sabedoria Infinita, concluímos Emídio e eu que a Reforma Íntima, nos termos em que vem sendo colocada não acontece.
O que existe, ao nosso ver, é a Transformação Íntima, porque enquanto na Reforma os vícios e erros permanecem reformados apenas através de alguma luta, muitas vezes inglória, contra eles; na Transformação, como afirmou José Herculano Pires, “o Homem Velho é substituído totalmente pelo Homem Novo”, ou seja, arranca-se o homem velho e instala-se o Homem Novo, ou, ainda, elimina-se, totalmente, tudo o que amarfanhava o ser interior, para expor um novo ser, diferente, luminoso e definitivamente no caminho do Bem.
Ora, direis, caro leitor, isso é ilusão. Ninguém se transforma do dia para a noite.
É comum o dito espírita de que a natureza não dá saltos.
Como um homem vicioso, pode se transformar, de uma hora para a outra, em um ser equilibrado e sábio conquistador de virtudes?
As mais das vezes, queremos nos reformar intimamente. Então nos propomos a fumar apenas 19 cigarros quando fumávamos 20 por dia. A beber, uma dose a menos da bebida alcoólica que ingeríamos. A xingar, a maldizer, a vociferar, a reclamar, a murmurar entredentes, só 23 horas quando assim agíamos durante as 24 horas de cada dia. Agindo destarte entendemos que estamos fazendo uma linda e eficiente reforma.
Ainda, na Reforma, nos propomos a enganar menos os nossos semelhantes. Então a traição e a desídia, são contemporizadas porque apenas nos permitimos a olhar cobiçosamente sem exprimir o que pensamos, ou a afirmarmos que estamos somente descansando, quando a indolência e a preguiça, são velhas e conhecidas marcas do nosso caráter leviano.
Sem sombra de dúvidas que há sinceridade em muitos corações que se propõem caminhar para a Reforma Íntima, mas, infelizmente, muitas vezes há hipocrisia e insinceridade como se fosse possível enganar a Deus que tudo vê, tudo sabe, tudo conhece, pois que é a Suprema Inteligência  e Causa Primária de todas as coisas, menos das coisas do mal, porque somente o Bem é Sua Criação enquanto que o mal foi e continua sendo criado, trabalhado e gerido pelo homem.
Ninguém quer se propor em paladino das virtudes, nem em potência capaz de transformar os erros da humanidade em sublimidade dos anjos.
A cada instante nos deparamos em encruzilhadas. De um lado, os erros, de sempre, cometidos e que mantemos, sob a capa da austeridade ou porque nos consideramos sistemáticos, comumente com o objetivo de nos afirmarmos corretos nas atitudes. De outro, o desejo, nem sempre desenvolvido, de caminharmos nas trilhas do Bem.
Busquemos, pois, o auxílio da Lei do Livre Arbítrio, ou das Opções, ou das Escolhas.
Somos produto de nós mesmos.
Somos responsáveis por nossos atos, omissões e pensamentos.
Tudo o que fizermos ou deixarmos de fazer, conta contra ou a nosso favor, dependendo do bem ou do mal, praticado ou omitido.
Se somos viciosos e resolvermos mudar nosso comportamento, não caberá a
Reforma, mas a transformação. Enquanto a Reforma apenas melhora um aspecto ou outro do caráter, a Transformação muda radicalmente. Plagiando mais uma vez J. Herculano Pires, a Transformação arranca, do ser, o homem velho, instalando, no seu lugar, um homem novo e não renovado.
É verdade que, muitas vezes, o homem não está preparado para a Transformação, preferindo partir para a Reforma de alguns dos aspectos que sabe negativos. Então se propõe a ser apenas um homem renovado.
“Para elevar a própria vida, é necessário gastar muitas emoções, aparar inúmeras arestas da personalidade, reajustar conceitos e combater sistematicamente a ilusão”.
Agora, quem quiser, realmente assumir a mudança, partindo do mal, definitivamente para o Bem, que adote a Transformação Íntima e tudo será diferente, porque sua escolha se faz com base na Lei Universal do Livre Arbítrio e nada, nem ninguém, conseguirá impedi-lo de chegar ao desiderato proposto por Jesus: “SEDE PERFEITOS, COMO PERFEITO É O PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS”.

SOFRER É UMA QUESTÃO PESSOAL

Ele chegou pela primeira vez na Casa Espírita. Sorridente, calmo, diria alegre. Parecia que nenhum problema o afetava. Disse que seu nome era Luiz Antonio e que tinha um irmão chamado José Augusto. Logo em seguida, contou essa história interessante.
“Meu pai sempre foi um católico dedicado. Estudioso, leu alguns livros espíritas de fundo filosófico e moral, mas nenhuma obra da Codificação. Assim, não chegou a conhecer os fundamentos básicos da Doutrina dos Espíritos. Desencarnou em 1985, 3 dias após a morte de Tancredo Neves. Em novembro de 1982, ainda se encontrava entre nós e alguns dias antes da desencarnação de Carlinhos, filho de meu irmão, trocava conversa com um grande amigo que até hoje meu irmão considera como um segundo pai e que, também, não é versado na Doutrina Espírita. Perguntou-lhe: - Professor (o amigo de meu irmão foi professor no interior de Goiás), não entendo esse menino meu filho, o Zé Augusto. Aconteceram tantas coisas com ele: morte do sogro, doença prolongada e morte da esposa, agora o filho Carlinhos com essa doença terrível que é o câncer. Mesmo assim, diante de tudo isso, ele está sempre sério. Qualquer um estaria chorando pelos cantos ou vociferando contra Deus. O Zé nunca reclamou de nada, nem de cansaço. Por que será?
O segundo pai respondeu: - Sêo Nicomedes, conheço o Zé Augusto a muitos anos e também nunca ouvi qualquer reclamo dele. Está sempre alegre, sorridente como se o mundo estivesse isento de problemas, com todas as pessoas vivendo em paz e harmonia. Uma vez perguntei-lhe por que ele estava sempre assim, por que eu não o tinha visto chorar nunca. Ele me disse que chorava sim, que era emotivo. Que mais parecia uma manteiga derretida. Então insisti pra ele contar-me porque parecia ver o mundo cor-de-rosa, se ele não sofria com a dor. Ele me respondeu que não sofria. Que tinha compreendido, com o passar dos anos que tudo que aconteceu ou acontecia na vida dele foram e eram bênçãos de Deus pra que ele progredisse na sua encarnação, ficando mais perto dos bons espíritos. Então você é frio? Insensível – insisti. Ele, novamente, “não, sou como qualquer outra pessoa só que não sofro porque compreendo que sofrimento pode ser confundido com egoísmo. Que Deus poderia pensar – dei tantas oportunidades pro Zé Augusto progredir e ele fica choramingando pelos cantos como um bebê abandonado! E completou, sêo Nicomedes – “aprendi que a gente sofre como quer, quanto quer e pelo tempo que quiser”. Então concluí: pra que sofrer?”
Pois foi assim sêo Nicomedes.
Luiz Antonio sorriu e contou que, recentemente, encontrou Zé Augusto e foi logo dizendo que o admirava como seu ídolo, pois era pobre e nunca reclamara de nada, nem de ninguém, estava sempre de alto astral. Zé Augusto, então, comovido, chorou, sereno, enquanto lágrimas escorreram pela face.
Luiz Antonio continua freqüentando a Casa Espírita. É calado, raramente, interrompe os coordenadores das reuniões públicas pra perguntar alguma coisa. Não parece agoniado, mas, sequioso de aprendizado. De vez em quando conta alguma coisa a respeito de Zé Augusto, sempre muito interessante, como se seu irmão nunca demonstrasse sofrimento ou que sofrer seja uma questão pessoal – só sofre quem quer, como quer, quanto quer e durante o tempo que quiser.

PARTIDA DE ENTES QUERIDOS

Tinha meus 20 anos, quase 21, morava só, no distante bairro Ferreira, na Capital paulista. Naquele tempo, cursava o 2º ano de Química Industrial na Faculdade “Oswaldo Cruz” e trabalhava em São Caetano do Sul, nas Indústrias Matarazzo.
 Anibal, meu primo, Abdalinha, seu irmão e eu, todas as tardes de sábado, após nossos trabalhos, fazíamos programas malucos próprios de jovens alegres e felizes. Saíamos, os três, para jogar sinuca (éramos todos péssimos jogadores) ríamos um dos outros à medida que o vencedor   “curetava” as grossuras dos outros dois e o segundo “gozava” com a cara do último perdedor.
Depois de muitas partidas “a leite de pato” somente pelo prazer de brincarmos entre nós, nos metíamos nos cinemas, geralmente para ver filmes do faroeste americano, rodando de uma sala de espetáculos para a outra mais próxima, até que, cansados, íamos para o apartamento da família e por lá dormíamos até o domingo, só acordando por volta das 10 horas da manhã.
Vinha um café reforçado que tia Maria (a mãe deles), casada com Youssef, meu tio-avô materno fazia à moda árabe, forte pra caramba e sem coar, botava uma gota de água fria e o pó assentava todinho no fundo do bule. Muitos pães e roscas trazidos quentinhos da padaria da esquina, manteiga de leite da boa, alguns queijos e muitas frutas sazonais, completavam fartamente a mesa.
Reforçados, saíamos novamente para ver os filmes matinais nas casas cinematográficas do Centro, pertinho do apartamento dos pais deles, permanecendo assim até lá pelas 4 da tarde, quando íamos almoçar a deliciosa comida da tia Maria ou da Adla, tia deles, por parte de mãe.
Manhã de segunda-feira, feliz, Anibal dirigia seu carro seminovo adquirido dias antes, quando em sentido contrário um motorista embriagado, no volante de um caminhão, praticamente, passou por cima do carro.
Anibal desencarnara. Partiu o meu amigo, o meu primo. Enquanto percorria as ruas e avenidas paulistanas para avisar parentes e amigos, pois telefone era raríssimo naquele tempo, sentia que Anibal me sussurrava que a gente não perde ninguém, que a morte é apenas transição e que os entes queridos se fixam como estrelas a nos iluminar lá do alto. E que ele, então, já era uma estrela luminosa refulgindo seus raios sobre mim e sobre todos os que ficaram na Terra.
A roda do tempo girou, tornara-me espírita e no dia do aniversário de minha filha mais velha, 16 de outubro de 1974, meu sogro e padrinho dela, deixou-nos. Nunca mais pude pescar os peixes do Rio Meia Ponte com ele como antes fazíamos.
Um ano e meio depois, dia 17 de abril de 1976, minha meiga esposa Maria Inês se juntou ao pai partindo da Terra deixando-nos cheios de saudades eu, e minhas duas filhas pequenas, agora órfãs.
Seis anos depois, em 29 de novembro de 1982, foi a vez da minha caçula enriquecer a abóbada celestial como nova estrela de primeira grandeza emitindo vibrações luminosas de exponencial magnitude.
Sua mãe biológica, abandonada pelo marido, rejeitara o pequeno ser. Assim, ela chegou ao nosso lar através das mãos de um médico amigo que fizera o parto, em 1973.
A doçura da menina e sua sabedoria, apesar de criança, encantou meus alunos de Direito que a foram visitar no Hospital Araújo Jorge. Anelise, de 9 anos, superou a terrível dor do câncer ósseo, impressionando os médicos pois sempre recusou até simples analgésicos dizendo-se mais forte que a dor.
Tinha sempre uma palavra amiga para os outros pacientes, um largo sorriso no rosto infantil e surpreendeu todos os visitantes conversando sobre assuntos das mais elevadas expressões, além de demonstrar uma compreensão da vida muito além da sua pouca idade. Fui agraciado com a visão do desligamento de Anelise por Clovis, mentor amigo, primeiro médico negro do Brasil, passando o espírito liberto para os braços de sua mãezinha Maria Inês,depois para meus avós maternos Gibran e por tantos espíritos amigos que vieram recolher aquela que, mesmo tendo partido em tenra idade, cumprira um intenso programa de luz e de bondade.
Em 1985, meu pai também se foi para o Mundo Maior e em 1997, minha mãe se juntou a ele, em nova convolação de núpcias, eles que tanto se amaram aqui na Terra.
Vários amigos também formam na grande constelação de astros espirituais que brilham na esfera superior da Vida.
Nunca senti houvesse perdido nenhum dos meus entes queridos. Sempre posso alcançá-los através do meu pensamento divisando-os na minha visão espiritual que me trazem a certeza de que no tempo e na hora de minha volta à Pátria do Espírito, eles estarão me esperando lá pra me abraçarem ou até vindo me recolher neste recôndito espaço terreno, onde sempre estive apenas de passagem.
Então, não choro, nem lamento a partida porque sei que se cumpre inexoravelmente, os desígnios divinos que sempre são justos, corretos e indiscutivelmente os melhores que nos podem acontecer.

PARA VENCER É PRECISO TER SORTE

A pedagoga, escritora e conferencista Heloisa Pires, filha de José Herculano Pires, “o melhor metro que mediu Kardec”, no século passado e que, por isso, alguns dizem ter sido ele a reencarnação do grande Mestre de Lion, afirma: “todos nascemos para a vitória”.
Édo Mariani, do Movimento Espírita de Matão – SP: “Fomos criados para sermos felizes”.
Vitória é subjetiva e felicidade, impalpável.
Vitória e felicidade têm de estar juntas para obtenção do sucesso nas empreitadas da vida material e para a conquista das qualidades necessárias para a Vida Espiritual.
E a sorte?
Muitos dizem que não existe sorte e muito menos azar.
Pois eu digo que é preciso ter sorte para a felicidade e para vencer as paradas surgidas em cada encarnação.
- Caramba!, admira-se um dos leitores que conhece muito bem o conceito de que nada existe por acaso e de que tudo acontece por alguma razão.
Azar? Também não acredito nele porque seria fruto do acaso bem como a negação da Existência e da Justiça de Deus, nosso Criador.
Sorte? Sim, sorte.
S = Suor. Tudo neste Mundão de Deus depende do suor dos poros do corpo humano  para a conquista das coisas, garantidoras da sobrevivência da espécie. Nada se consegue ao som de flautas. Todas as ações exigem a firmeza, a constância, o desprendimento, a fortaleza, a coragem, o denodo.
O = Organização. Tudo o que a humanidade faz, deve obedecer a uma ordem natural das coisas. O caos conduz às confusões, às incúrias, às maluquices, às intemperanças, à baderna, ao desequilíbrio. O planejamento, o preparo, o treinamento e a execução são componentes indispensáveis, dessa ordem, para que os objetivos sejam atingidos e os resultados positivos apareçam. E essa organização vitoriosa chega pela moral, pelos bons costumes, pela perseverança nos caminhos do Bem.
R = Resignação. Ninguém chega à vitória no lanço inicial, nem na escaramuça de começo, muito menos na primeira tentativa. Todas as derrotas, as negativas, os fracassos, os insucessos, não podem desanimar aquele que busca conquistar a felicidade de vencer, ou a vitória da felicidade. É preciso resignação e persistência. A resignação relaciona-se com a compreensão e com a submissão à grandeza da vida e a persistência está diretamente ligada à sabedoria e à alegria de jamais desistir das empreitadas até à conquista final da vitória.
T = Trabalho. O trabalho não se resume apenas nos esforços físico e mental despendidos em cada tarefa. O trabalho deve ser digno, envolver a honra, exercido com serenidade, com a certeza de que vale a pena, nutrido na alegria dos bens produzidos e na satisfação da colheita de frutos edificantes e realizadores.
E = Estudo. Suor, Organização, Resignação e Trabalho somente são conseguidos com o Estudo. Ou, por outras palavras, se o homem não busca o Estudo, não terá resignação diante dos erros cometidos, ou frente aos maus resultados. Da mesma forma, jamais o homem poderá se organizar porque não conhece os caminhos e os meandros que compõem as pesquisas nem as missões desejadas pela falta de horizontes que só o Estudo é capaz de fornecer. Se lhe faltam as bases fundadas no Estudo, inútil todo o seu Suor e infeliz o Trabalho despendido que se arrebentará nas dificuldades que o tempo e as circunstâncias se lhe opuseram.
Então é preciso ter SORTE (Suor, Organização, Resignação, Trabalho e Estudo) para vencer a jornada terrena tanto quanto à vida material e principalmente pela conquista dos valores espirituais que elevam o espírito à condição de Vencedor.