sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

DESEQUILÍBRIO

Claudinei, aparentando estranha expressão física, chegou à Casa Espírita numa quarta-feira por volta das 19,30 horas, surpreendendo Laurenice, a companheira encarregada de abrir o Centro e recepcionar quem ali viesse pela primeira vez.
Parecendo estar desnorteado e sem rumo, falando atropeladamente, quase sem se fazer entender, disse um amontoado de coisas com tanta rapidez que Laurenice ficou parada tentando raciocinar sobre o que aquele moço, bem apessoado, de terno e gravata, cabelos lisos despenteados, rosto pálido como se o sangue tivesse fugido para os pés e estivesse a ponto de desmaiar, estivera dizendo-lhe.
Aquela algaravia desconexa de Claudinei levou a recepcionista a imediatamente ligar seu alarme interior: ele estava momentaneamente desequilibrado por algum acontecimento surpreendente ocorrido naquele dia ou até a poucos momentos atrás.
Então convidou-o a entrar e a se assentar num dos bancos do salão e logo em seguida, disse-lhe: - moço, só um segundinho, vou trazer um copo com água pra você.
Dirigiu-se à sala vizinha, apanhou um copo no armário, encheu-o com água da jarra e levou-o até Claudinei, entregando-lhe nas mãos, dizendo: - beba um pouco da água. Essa água tem fluidos trazidos pelos espíritos e é capaz de tranqüilizar a alma e serenar as preocupações e desanuviar os pensamentos.
Claudinei sorveu uma golada como se a sede fosse intensa. Depois olhando para o copo murmurou baixo, quase entre dentes: - estou desesperado, nada dá certo na minha vida. Os negócios vão de mal a pior, vejo-me cercado de entidades me perseguindo e de vez em quando são animais: cães, ursos, onças, leões.
E, olhando para Laurenice, perguntou: - é verdade que aqui tem consulta com um espírito e que ele atende e responde sobre as questões mais difíceis da vida?
A moça respondeu: - sim, um espírito médico pode ser consultado aqui, mas, antes é preciso passar por uma triagem em face de que o encaminhamento para orientação com o espírito ou então, com os trabalhadores da Casa, especialmente preparados para auxiliar as pessoas consoante os ditames da Doutrina Espírita, dependerá da questão.
Já assentado num dos bancos da Casa Espírita, Claudinei continuou trauteando com seus botões como se mantivesse uma larga conversação com vários companheiros invisíveis.
Assim que Marília, a responsável pelas triagens, chegou foi inteirada por Laurenice sobre Claudinei adiantando-lhe tratar-se de um caso de profunda obsessão, pois o paciente estava matraqueando com um monte espíritos, só interrompendo a conversa quando caía num convulsivo e incontrolável choro. De repente, sem mais , nem menos, alternava o choro com gargalhadas como se acabara de ouvir a mais engraçada piada.
Marília balançou a cabeça de um lado para o outro antes mesmo de se dirigir ao paciente. Sabia que se tratava de um caso grave e media suas forças no caso da necessidade de intervenção se o paciente ou os espíritos resolvessem empreender uma agressão física a ela. Então, pensou: - melhor me prevenir com preces aos bons amigos espirituais para que me protejam se o paciente se tornar agressivo.
Recolheu-se, mentalmente, e orou pedindo proteção.
Ato seguinte, sorridente e delicadamente, convidou-o a adentrar a sala de triagem, mesmo local onde o espírito médico atende os pacientes.
Marília concitou Claudinei a dizer o que sentia e assustou-se com o que viu e ouviu.
Claudinei, falando, parecia um disco furado, ranheta e confuso, não se fazendo entender e nem se importava se era ou não entendido nas suas expressões, tal o grau de excitação em que se encontrava.
Os olhos esgazeados rodopiavam nas órbitas como que desequilibrados e em desconformidade com a firmeza do olhar de uma pessoa normal.
Marília reconheceu, facilmente, a gravíssima obsessão espiritual raiando ao estado de subjugação que se assenhoreara de Claudinei.
Não se tratava, pois, de consulta com o espírito médico, mas, sim ao trabalho inteligente e amoroso dos médiuns da Casa que muito bem sabiam trabalhar com casos de obsessão espiritual.
A triagem nem precisou ir além do primeiro diagnóstico emitido por Marília que recomendou tratamento de desobsessão, encaminhando Claudinei aos trabalhadores preparados para esses casos.
O grupo liderado por Leocádio, Presidente da Casa, marcou o primeiro bate-papo, com o obsediado, para após o passe magnético ao final da reunião pública.
Já no tratamento inicial foi detectado um grupo de desencarnados confusos que, no passado, se comprometeram com o obsediado numa sucessão de erros, quase todos voltados para a ambição desmesurada e as negociações de engodo visando enriquecerem-se à custa de pessoas mais simples e humildes.
O grupo de desobsessão marcou, então, fluidoterapia nas próximas 5 quartas-feiras e evocação espiritual dos obsessores, na ausência do obsediado, todas as quintas-feiras, já a partir do dia seguinte.
Em menos de 2 meses de tratamento, Claudinei já sorria, livre dos problemas que acentuaram a sua chegada na Casa Espírita.
No mês seguinte, engajava-se no trabalho como simples trabalhador  desde a recepção até os bate-papos da TBC (Turma da Boa Conversa) ao final das reuniões públicas.
Claudinei neste ano de 2011, participa, pela primeira vez, do Planejamento Anual da Casa, mostrando-se alegre e feliz como se sempre o fora, ficando a obsessão esquecida no tempo como deve acontecer sempre que obstáculos são superados.
Com a alegria estampada sempre no semblante, os trabalhadores da Casa Espírita demonstram que Jesus ao vencer a impiedade mostrou-lhes que o Bom Combate é aquele que jamais fere quem quer que seja e que o exemplo das virtudes torna o Bem vencedor do Mal.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

REENCARNAÇÃO OU RESSURREIÇÃO


“A alma do homem é como a Água; vem do céu e sobe para o céu, para depois voltar à Terra, em eterno ir e vir.” Goethe.

Grande parte das religiões e dos religiosos não aceita a reencarnação como um dos requisitos da Justiça de Deus.
Exacerbados radicalismos são opostos contra ela. Daí, colocarem a ressurreição como promessa da recomposição do corpo e do espírito quando do Juízo Final, por vários segmentos religiosos. Esses mesmos segmentos entram em contradição com seus dogmas quando falam da ressurreição de Jesus em carne e espírito, pois, com afirmação da recomposição da carne do Rabi da Galiléia, negam que Jesus é Deus. Porque Deus é Espírito e nunca teve ou terá necessidade  de corpo material, indispensável aos homens na fase evolutiva.
Realmente, reencarnação e ressurreição são temas delicados que merecem um tratamento cuidadoso não apenas quanto à forma, mas, principalmente, em relação aos argumentos utilizados, porque ninguém tem o direito de desrespeitar o livre arbítrio de quem quer que seja.
Outrossim, é necessário, senão indispensável mesmo, que ambos lados estejam desvestidos de preconceitos, que analisem, sem paixões, cada dito e cada fato apresentados para que, ao final, as partes tenham o seu próprio juízo, aferindo com justeza, corrigindo os equívocos e acertando seus detalhes argumentativos.
Apesar da contestação de muitos religiosos, outros entendem que reencarnação e ressurreição se confundem pois, no dizer dos dicionaristas, ambas significam vida nova”. Entretanto, não podem ser confundidas, nem tampouco uma anular a outra.
O Pastor Presbiteriano Nehemias Marien, formado pela Faculdade de Teologia da Igreja Presbiteriana em Campinas, e em Jornalismo e Comunicação pela Universidade de Bloomington – EUA; Mestre em Ciências Bíblicas pela Escola Bíblica de Jerusalém e pela Universidade de Nottingham – Inglaterra, desde 1972, no programa “Show Sem Limites”, apresentado por J. Silvestre, e, também, no seu livro “Transcendência e Espiritualidade”, tem declarado: “Até o ano de 553, no segundo Concílio de Constantinopla, a reencarnação fazia parte da Igreja. Depois, por discussões mais administrativas e menos teológicas, foi banida do cânone oficial e hoje a Doutrina Espírita, para a maioria dos pressupostos evangélicos, permanece no índex, interditada àqueles que não concordam com ela. No estudo da Bíblia, as evidências da reencarnação são clamorosas e eu admito ser o Espiritismo a mais caudalosa vertente do Cristianismo. Você encontra tanto no Antigo como no Novo Testamento, evidências claras da reencarnação, isto é, do prosseguir da vida. A morte nunca teve a última palavra.”
Algumas pessoas enganam-se quando acham que a Bíblia trata da reencarnação apenas nas passagens quando Jesus  disse a Nicodemos “que é necessário nascer de novo” e, depois da Transfiguração, quando os Apóstolos perguntaram sobre Elias e o Divino Mestre respondeu: pois que Elias já veio e eles não o conheceram, antes fizeram dele quanto quiseram”. Então os apóstolos compreenderam que Ele lhes falara de João Batista.
Eis outras passagens: “Tu reduzes o homem ao pó, e dizes: tornai, filhos dos homens, pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi” (Salmo 90: 3 e 4). “Porventura não tornarás a vivificar-nos?” (Salmo 85:6); Andarei na presença do Senhor, na Terra dos viventes”. (Salmo 116:9). “Porque somos de ontem e nada sabemos”. (Jó 8:9). “Agora eu era uma boa criança por natureza, e uma boa alma caiu no meu lugar. Sendo eu bom,eu caí num corpo puro”. (Sabedoria 8: 19 e 20). “Os vossos mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão” (Isaías 26:19). “Na quarta geração tornarão para aqui”. (Gênese, 15:15 e 16). “Viverão  com seus filhos e voltarão”. (Zacarias 10:9). “Eis que abrirei as vossas sepulturas , vos tirarei de dentro delas, vos trarei à terra de Israel”. (Ezequiel 37:12). “Javé é quem faz morrer e viver, quem faz descer à sepultura e de lá retornar”. (I Samuel 2:6).
É preciso compreender que o espírito existe desde sua criação e que só vem a Terra ou a outro planeta quando reúne as condições encarnatórias. Por isso, a preexistência não tem como ser combatida. Rebeca, grávida, está aflita com a rivalidade que percebe entre os dois espíritos cujos corpos estavam sendo gestados no seu ventre. Consultou Jeová que respondeu: ”Duas nações há no teu ventre e dois povos se dividirão de tuas entranhas: um povo será mais forte do que o outro e o mais velho servirá ao mais moço” Gênese 25: 22 a 26. (o mais velho dos gêmeos é quem nasce primeiro).
Modo geral, os defensores da ressurreição em contraposição com a reencarnação, entendem que o ressurgimento se dá no mesmo corpo que um dia morreu, e isto no Juízo Final que não deixa de ser o mesmo que Final dos Tempos, enquanto pela reencarnação a volta do espírito, à vida física, acontece em novo corpo, sucessivamente até que atinja o seu melhor grau evolutivo. E aí a grande diferença. E aí a necessidade do bom senso. E aí só o raciocínio claro e isento pode concluir qual tema é mais consentâneo com a Divina Justiça, ou se ambos foram contemplados nas Imutáveis Leis.
Há muitos milênios, escrituras, Avatares e sábios hindus trataram da reencarnação. Eis o que diz o Bhagavad Gita (livro sagrado dos hindus): “Assim como a alma passa, neste corpo, pela infância, juventude e a fase adulta, de igual maneira ela toma outro corpo. O sábio não estranha tal coisa. (2.13)
Tal como uma pessoa despe a roupa velha e veste outra nova, a alma encarnada saca os corpos gastos e veste outros que sejam novos.“ (2.22).
Krishna Avatar, 5000 anos A.C. ensinou a verdade da reencarnação.
 O Professor católico José Reis Chaves, no livro “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência”, diz: “Muitos acham que ressurreição e reencarnação são duas questões incompatíveis, o que é um grande equívoco. Para sintetizar de vez o assunto, devemos atentar para o fato de que a ressurreição bíblica é na chamada fase escatológica do homem ou no final dos tempos – final dos tempos, e não do mundo –, enquanto que a reencarnação sempre aconteceu, acontece e acontecerá, antes da mencionada fase o homem, como numa espécie de ressurreição provisória, em preparação à ressurreição, propriamente dita, ressurreição essa que não é só bíblica, mas universal, pois consta também das escrituras sagradas de outras grandes religiões”.
Para o Professor José Reis a reencarnação seria a fase intermediária da evolução espiritual do homem; ou seja, enquanto o homem não chega à perfeição há de ir e voltar entre os dois mundos físico e espiritual, servindo-se da reencarnação e que, só ao final dos tempos, que não é o final do mundo, acontecerá a ressurreição bíblica, pois o ser humano não mais necessitará de um corpo físico e sim só do corpo astral, a que dão o nome de fase da glorificação.  Tanto que conclui: “Mas o que é ressurreição? É a libertação do espírito da matéria, isto é do corpo mortal. Por isso ela é também a libertação da morte”.
De uma clareza meridiana, essa explanação do Professor Reis já seria suficiente para por fim a qualquer celeuma. Mas, como a humanidade, ainda tão díspar, contestadora eu diria, coloca oposições as mais complicadas exatamente visando defender os seus dogmas, pois quase todos se acreditam donos da verdade, quando até Jesus negou ser proprietário dela, ao responder a Pilatos que “a Verdade é Deus que está nos céus”.
Sonia Jobim, em notável artigo na revista Visão Espírita, ano 2, nº 24, páginas 18 a 21, ensina que: Não há discrepâncias nem diferenças. A reencarnação e a ressurreição do espírito são verdades, dentro de parâmetros estabelecidos. São etapas de um mesmo ciclo evolutivo. São elas: 1 – Criação do Espírito: o espírito em sua “forma” original é uma energia, criada por Deus. Nessa “forma” ele está num estágio embrionário, onde não está desenvolvido, nem o Bem nem o Mal. Suas potencialidades estão apenas latentes. 2 – Reencarnação: etapa em que o espírito “toma” forma material (física) necessária a uma vida planetária (na Terra ou outro orbe). O objetivo é desenvolver todas as suas potencialidades. 3 – Ressurreição: etapa final do espírito, quando completado seu aprendizado retoma sua forma original, que é pura energia, não reencarnando mais. O espírito restabelece o íntimo contato com seu criador e está pronto a empreender missões mais elevadas da Criação. (Todos os grifos são da autora e a transcrição é literal até na pontuação).
Quando Chico Xavier e Waldo Vieira estiveram nos Estados Unidos, Chico recebeu mensagem psicografada em inglês do espírito Ernest O’Brien que afirmou: “ A reencarnação é o retorno da alma à Terra, repetidas vezes, no corpo humano. Somente essa doutrina explica as aparentes injustiças da vida. É a verdade eterna”.
Os espíritos Jésus Gonçalves e Jair Presente, respectivamente, cantaram a reencarnação:
Jésus Gonçalves                                                             Jair Presente        
Uma lei que nunca erra:                                                E acentuou: - meus amigos,
Reencarnação, lei bendita...                                         Bendita é a reencarnação,
Cada ser retorna à Terra                                               A lei que nos guia e nos eleva,
Na lição que necessita.                                                  Aos cimos da evolução!...
Assim, quando o espírito tiver adquirido o pleno conhecimento do Universo e atingido o ápice da moralidade, não mais necessitará de encarnar-se, encontrando-se pronto para a Ressurreição anunciada na Bíblia. Mas essa Ressurreição dar-se-á apenas quanto ao espírito que transcende as dimensões além da matéria. Onde reina o espírito, não cabe a matéria.
Ou, ainda, em palavras mais simples, o corpo material pertence aos mundos materiais, pois é dali que o espírito retira os elementos para compor a sua forma física.
O corpo, o bendito corpo, serve apenas para propiciar ao espírito suas vivências materiais. Ao desencarnar, o espírito volita para esferas do além imaterial, deixando no mundo material os despojos dali retirados ao nascer.
As sábias palavras de Emmanuel encerram este articulado: Façamos o melhor ao nosso alcance, refletindo o Cristo em nossa própria consciência e, nessa diretriz salvadora, estejamos convictos de que para nós a Divina Ressurreição começará desde hoje”.

O ABORTO


O rumoroso caso do aborto terapêutico praticado por equipe médica no Estado de Pernambuco numa menina de 9 anos estuprada desde os 6 anos pelo padrasto e que estava grávida de fetos gêmeos, extrapolou as fronteiras brasileiras, veio de ser comentado em quase todos os países do Mundo, porque um arcebispo da Igreja Católica, inicialmente, com a aprovação do Vaticano, entendeu de aplicar normas do Código Canônico, excomungando a mãe da criança grávida e toda a equipe médica que trabalhou na interrupção da gravidez.
Interessante que a condenação do aborto só veio como mote eclesial fundado no fato de que duas vidas (os fetos são seres vivos) foram tiradas, mesmo que o desiderato natural seria a morte da menininha de 9 anos, que nem ficou sabendo de gravidez pois dela nada entendia, imaginando que as transformações físicas pudessem ser consequência de vermes intestinos.
Mais interessante é que a condenação da Igreja não atingiu o padrasto estuprador.
Entrevistado num programa matutino da TV Globo de grande audiência nacional, o médico responsável pelo procedimento disse que não se arrependeu e que procedeu de acordo com a lei nacional que permite o aborto nos casos de violência por estupro e, no caso, porque a menina tem útero infantil e a gravidez, principalmente dupla, colocava a gestante em sério risco de morte, por pré-eclampse ou mesmo por eclampse e, ainda, porque o órgão da criança, também desnutrida, não suportaria o desenvolvimento dos dois fetos.
O médico, garantiu, que continuará trabalhando na conformidade da legislação.
O mesmo programa de televisão promoveu enquête nacional por telefone tendo a opinião pública apresentado o seguinte resultado: 90% dos ouvintes se declararam a favor do referido aborto e só 10% deram razão à Igreja ou ao Arcebispo.
A Doutrina Espírita cuida do aborto nas questões 357 a 360 de “O Livro dos Espíritos”.
Kardec pergunta e os espíritos respondem que as consequências do aborto para o Espírito é de uma existência nula com recomeço em outra oportunidade.
Inquire, na questão 360, se o respeito que se tem com o corpo de uma criança nascida na Terra deve ser o mesmo para com o feto abortado e os espíritos responderam: “Em tudo isto vede a vontade de Deus e a sua obra, e não trateis levianamente as coisas que deveis respeitar. Por que não respeitar as obras da Criação, que às vezes são incompletas pela vontade do Criador? Isso pertence aos seus desígnios, que ninguém é chamado a julgar.”
Na questão 358,o Codificador inquire se o aborto provocado é um crime, qualquer que seja a época da concepção.
A resposta é elucidativa: “ Há sempre crime, quando se transgride a lei de Deus. A mãe, ou qualquer pessoa, cometerá sempre um crime ao tirar a vida à criança antes do seu nascimento, porque isso é impedir a alma de passar pelas provas de que o corpo devia ser o instrumento.”
Emmanuel, no livro Religião dos Espíritos, edição FEB/1988, página 17, trata, assim do Aborto Delituoso: “Comovemo-nos, habitualmente, diante das grandes tragédias que agitam a opinião. Homicídios que convulsionam a imprensa e mobilizam largas equipes policiais... Furtos espetaculares que inspiram várias medidas de vigilância... Assassínios, conflitos, ludíbrios e assaltos de todo jaez criam guerra de nervos em toda parte; e, para coibir semelhantes fecundações de ignorância e delinqüência... Todavia, um crime existe mais doloroso, pela volúpia da crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da natureza... Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação. Referimo-nos ao aborto delituoso, em que os pais inconscientes determinam a morte dos próprios filhos, asfixiando-lhes a existência, antes que possam sorrir para a bênção da luz...
Homens da Terra, e sobretudo vós, corações maternos chamados à exaltação do amor e da vida, abstende-vos de semelhante ação que vos desequilibra a alma e entenebrece o caminho!
Fugi do satânico propósito de sufocar os rebentos do próprio seio, porque os anjos tenros que rechaçais são mensageiros da Providência, assomantes no lar em vosso próprio socorro...”
Entretanto, a questão 359, enfoca uma situação em que os divinos olhos do Pai se mostram compassivos. Kardec inquire: “No caso em que a vida da mãe estaria em perigo pelo nascimento da criança, há crime em sacrificar a criança para salvar a mãe?”
Taxativa e objetivamente, responderam os espíritos: “ É preferível sacrificar o ser que não existe a sacrificar o que existe”.

A gravidez com os dois fetos no ventre da criança de 9 anos não era simplesmente uma gravidez de risco, mas que colocava em perigo imanente e iminente a pequenina mãezinha que nunca se imaginou grávida pois acreditava que era portadora de severa verminose.
Trata-se, portanto, de um caso de aborto, que a Justiça Divina classifica como necessário utilizado unicamente para salvar a vida existente da inocente criança violentada, não por conta do estupro, mas, para garantir continuasse viva a pequenina mãe, permitindo, assim, a extirpação dos dois fetos que ainda não existiam para o Mundo e que, naturalmente, terão oportunidade de renascimento em ventre preparado e apropriado.

O AMOR UNIVERSAL

Amarás teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito. Esse o maior e o primeiro mandamento. E aqui está o segundo, que é semelhante ao primeiro; Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. – Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.”  Mateus, XXII, 36 a 40.

Quanta confusão já vimos quando se fala do AMOR.
Também tantos já conceituaram tantas vezes o AMOR. O AMOR é... O AMOR é...
O AMOR é a luz do Mundo. Foi com essa expressão maravilhosa que a TV Globo encerrou uma novela das 6 horas.
O AMOR é...
Leandro Pires, no livro O Eu Superior – Nosso Verdadeiro Mestre: O Amor é o sentimento mais difícil de ser explicado. Porque não há palavras que o definam melhor. É um sentimento tão intenso e poderoso, de tão elevadas vibrações, que praticamente impossibilita ao homem explicá-lo melhor, através de simples palavras”.
E quando a gente diz: O AMOR UNIVERSAL, muitos correm pra dizer: ah! Isso é coisa de carola, de beato, de padreco, de espírita sofredor, e vão desfilando impropérios mil sobre esse tal de AMOR UNIVERSAL.
Tem gente que diz: Amor Universal, rima com “sem sal”, e lá vêm mais um mundaréu de outras impropriedades: igrejeiro, catimbozeiro, macumbeiro, e mais um tantão de “eiros”. Caramba! Dá vontade de rir.
Mas, não é de rir, não. É pra chorar, diante da ignorância ou dos interesses com que a humanidade desvia o verdadeiro sentido do segundo mandamento da Lei Divina: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo”. Pois foi aí, nesse ponto crucial da vida, que o Mestre Jesus nos mostrou o que é o AMOR UNIVERSAL.
Walkiria Lúcia de Araújo Cavalcante, no artigo “O mandamento maior” para a Revista Internacional de Espiritismo, Dezembro/2007, pág. 573, escreveu: “Junta em seguida, a este mandamento: “Amarás ao teu próximo, como a ti mesmo. Ele não nos disse para amar o próximo como ele nos ama. O amor de Jesus é um amor sem mescla, sem preconceito. O nosso amor ainda não se expressa com total pureza”.
Caramba! É fácil dizer EU TE AMO. Muito fácil. O negócio mais difícil é realmente amarmos o próximo como a nós mesmos.
Mas será que amamos a nós mesmos?
E nossas tristezas que cultivamos como se fôssemos crianças desamparadas?
E nossos melindres que trabalhamos pra nunca deixar de continuar assassinando mentalmente aqueles que nos “ofenderam”?
E nosso amor próprio ferido, nosso orgulho de homem ou de mulher? De pai dedicado ou de mãe extremada?
E nossas vaidades que ultrapassam qualquer idade e que tanto são exaltadas como se fossem naturais no ser humano?
E nossas esquisitices que guardamos cuidadosa e zelosamente no coração pra só explodir na hora certa, porque somos sistemáticos?
E nossas depressões que, nas horas em que estamos sós, tratamos a “pão de ló” pra que os mais próximos sofram com “nossos terríveis sofrimentos”?
“Coitadinho(a) dele(a)! Não é bom que eles tenham “peninha” da gente? Afinal somos tão sofredores e nem merecemos isso! Somos tão bons que deveríamos estar no lugar dos maiores entre todos os homens da Terra, pois ninguém está à nossa altura.
No budismo, existe a prática da meditação com o objetivo de alcançar o amor incondicional, o AMOR UNIVERSAL.
Então essa técnica milenar de efeitos maravilhosos, senão fantásticos, por conta de que ensina pessoas de qualquer idade, sexo, religião, tem a finalidade de purificar a mente, tornando-a saudável e íntegra. É o primeiro passo para a pessoa amar a si mesma. Por isso, é denominada Meditação Universal.
Eis o procedimento: A prática da Meditação do Amor Universal deve começar pela própria pessoa, porque se alguém não se ama, torna-se impossível estender amor e benevolência a outras pessoas.
Inicia-se com o pensamento: estou limpando minha mente de todas as impurezas, que eu esteja livre de maldades, que eu esteja livre de inimizades, que eu fique livre do sofrimento, que eu me sinta muito feliz, com muito amor e muita paz.
Depois disso com a mente e o coração repletos de amor e paz, o pensamento deve ser dirigido a uma pessoa muito querida, da qual gostamos muito, visualizamos essa pessoa recebendo todo o nosso carinho, toda a paz e todo o amor que estamos sentindo. Em seguida visualizamos uma pessoa que nos é indiferente, um conhecido do qual não gostamos nem deixamos de gostar, e enviamos o mesmo pensamento. Finalmente lembramos de alguém que por algum motivo não gostamos, que nos é desagradável, pelo qual temos algum tipo de rancor, e enviamos em forma de pensamento o nosso perdão, banhando-o com pensamentos de amor, paz e compreensão”.
Ora, quando nos tornamos capazes de amar-nos e passamos a endereçar nossos sentimentos em favor do próximo, podemos dizer que estamos aptos para darmos o primeiro passo do Amor Incondicional.
Depois disso, a prática se consolidará, até que o Amor Incondicional seja o verdadeiro Amor Universal.
Novamente, Leandro Pires, na obra citada: O Amor Universal é a manifestação de um Amor puro, infinito, imparcial e sem distinções.
O Amor Universal não faz distinção entre raças, cor, e credo religioso; não discrimina, não separa, não julga, não prefere, nem escolhe. Mas não é indiferente, tem compaixão, inspira o perdão, tem a sua própria razão, e assim como a Fé, é capaz de mover montanhas”.
É um sentimento agradável, doce, maravilhoso. Uma alegria incomensurável, uma ternura inefável avançam pelo peito a dentro quando praticamos o bem ao nosso próximo. E ao vê-lo feliz pelo amor que lhe doamos sem condições, a felicidade penetra nossa alma e ambos nos tornamos como um foco luminoso – é a irradiação do Amor.
O ser humano então compreenderá que o mandamento Amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento e ao próximo como ama a si mesmo, é o único caminho que leva ao descortino da fé pela razão e, de conseqüência, à felicidade inconteste do mais sublime dos sentimentos – o AMOR.
Nesse instante sublime, não só o nosso coração se encontra emprenhado de vigorosa energia, como sentimos que todo o Universo pulsa no mesmo ritmo.
Ainda há muitos desamores, muitos abalos, muitas ofensas, muitas guerras, muitas escaramuças, muitas brigas menores ou maiores para serem vencidos.
Assim como neste terceiro milênio nosso Orbe terrestre deixará de ser um planeta de provas e expiações, tornando-se um Mundo regenerado, também os homens, num futuro, nem tão distante, descobrirão e sentirão este AMOR UNIVERSAL, vivenciando-o em sua plenitude, escoimando sofrimentos para compartilhar a felicidade em todos os quadrantes da matéria.

A RESIGNAÇÃO


                                   “Bem-aventurados os aflitos, porque eles serão consolados.”
O homem nasce na Terra para evoluir, para vencer a si mesmo e amealhar virtudes.
­A resignação é uma das virtudes difíceis de serem adquiridas e seu exercício é quase sempre incompreendido pois o sofrimento ocorre comumente em nosso mundo.
Apesar dos inumeráveis progressos sociais, milhões de seres sofrem ainda terríveis dores: a miséria provocando intensas agonias; a enfermidade arrastando os seres para os vales do sofrimento e da angústia, de que nem mesmo as classes mais cultas ou abastadas conseguem se isentarem desses males.
Às vezes, u’a melancolia se abate sobre o ser até daquele que habita ambientes onde reina a abundância, um sentimento de desânimo, uma vaga tristeza, às vezes se apodera das almas.
Conheci um tetraplégico que aparentava uma tranquilidade inexprimível, mas, que se enfurecia com seus familiares quando, por sofrer incontinência urinária, molhava o fraldão na frente de gente que o visitava.
Isabel já andava pela casa dos 50 e poucos anos. Morava num barraco de adobe que ela mesma construíra próximo do encontro do Ribeirão Veredão com o Rio dos Bois lá pelas bandas do município de Acreúna.
Quase nunca tinha o que cozinhar para alimentar as 3 pessoas que dividiam o barraco: ela e seus 2 filhos, Genésia debilóide de 35 anos e Fábio, de 22 anos, totalmente dependente pois não falava, andava de quatro como os animais quadrúpedes e que sempre se sujava com seus excrementos.
Apesar de todas as dificuldades, ausência de alimentos, deficiências vitamínicas, Isabel trabalhava lavando roupa pra fora usando uma “quada” de sabão de cinzas que ela mesma fazia até porque não podia comprar os detergentes próprios. E enquanto lavava a roupa, cantarolava alegremente entoando agradecimentos a Deus pela vida e pelos filhos adorados que o Senhor lhe destinara.
Richard Simonetti escreveu “A Receita Para Ser Forte: Incrível! Aquele homem passara cinco dias perdido no deserto, sem água, sem alimentação! E não morrera! Um prodígio de resistência!
No hospital, ainda fraco, mas em franca recuperação, vê-se rodeado por pessoas interessadas em seu segredo. Como pudera sobreviver? Onde encontrara recursos para sustentar-se?
O homem sorriu, bem humorado, e respondeu:
- Muito simples! Eu orava o tempo todo. A oração foi meu sustento, minha tábua de salvação!”
Depois, Simonetti aconselha: “Amigo. Em todas as situações, onde estiver, converse com Deus. Como o filho que procura a ajuda de seu pai, fale de seus anseios e esperanças. Comente suas angústias e problemas. Abra seu coração e Ele o sustentará nas lutas do Mundo, ajudando-o a fazer o melhor.
Tudo será mais fácil se aprendermos a conversar com Deus...”
A dor é o remédio para a correção das nossas imperfeições e, também, para as enfermidades da nossa alma.
No atual estágio de evolução em que nos encontramos, sem ela não é possível o nosso aprimoramento.
Nossos excessos geram as moléstias orgânicas que se abatem sobre nós, assim como nossas faltas passadas são responsáveis pelas provas morais que nos atingem.
Um dia, o resultado de nossos erros e equívocos, fatalmente, recairão sobre nós.
É a lei de justiça agindo no curso de nossas existências.
Saibamos aceitar os seus efeitos como se fossem remédios amargos, operações dolorosas, capazes de restituir nossa saúde.
Embora possamos nos sentir entristecidos pelos desgostos, devemos sempre suportá-los com paciência, alegria e disposição, compreendendo que nós plantamos e agora estamos colhendo os frutos do nosso plantio.
Caminhamos no terceiro milênio, mas, a Terra ainda é um mundo de provas e expiações, em que a dor reina soberana, em virtude de que o mal ainda sobrepuja o bem.
Ainda que estejamos conscientes dessa inegável condição, é nosso dever lutar contra a adversidade, porque sofrer sem reagir aos males da vida seria uma covardia.

Ao percebermos que todos os nossos esforços para superar os sofrimentos, físicos ou morais, se tornam supérfluos, quando tudo se mostra inevitável, é porque é chegado o momento de apelarmos para a resignação.
Toda revolta contra a lei moral que corrige nossas mazelas seria tão insensato quanto querermos resistir à lei da gravidade.
Se fazemos sentir, por toda parte, o peso de nossas amarguras, infelicitamos os que nos amam e até aqueles que nos vêem como exemplos, nos caminhos da vida.
Com raciocínio, o espírito sensato clareia a situação encontrando, na provação, os meios de fortificar suas qualidades.
Só é corajosa a alma que aceita os males, as dificuldades, os obstáculos que encontra pela frente, trabalha os pensamentos, compreende a Justiça Divina como bênção regeneradora, eleva-se acima deles, sorri agradecida, construindo, então, uma escala para atingir a virtude. 
A resignação é uma conquista do Espírito que vence suas paixões para atingir a maturidade. Conseguindo mantermos a alegria e o otimismo, mesmo nas condições mais adversas, ao enfrentarmos com tranquila dignidade nossos infortúnios, preparamo-nos para um futuro venturoso.
Sejamos, pois, alegres e felizes, agradecendo a Deus pela vida.

A CORAGEM DA FÉ


            Todo aquele pois que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos Céus; e o que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos Céus. – Mateus, X: 32 e 33.

O ser humano conceitua a coragem como aquela que se sobrepõe ao medo, ou, até mesmo, a que extrapola este último sentimento.
Credita-se a coragem da fé, àqueles que têm a ousadia de expor sua crença através de veementes palavras ou pela firmeza de posições sobre as verdades de sua doutrina.
Depois de espancado, cuspido, coroado de espinhos, vestido em túnica barata, uma cana nas mãos amarradas à título de cetro, humilhado, quando Pilatos, que perguntou o que era a verdade, Jesus, sereno, olhar profundo, sem titubear, respondeu: A Verdade é o Pai que está nos Céus.
Sem dúvida alguma, que essa resposta demonstrou a Coragem do Mestre e a extensão da sua Fé inabalável no Pai que está nos Céus.
Todas as humilhações, os vilipêndios populares enquanto carregava o pesado madeiro até o Calvário, os grandes cravos nos pulsos e nos pés, a lançada no coração, o vinagre nos lábios ao invés de água, nada disso conseguiu derrubar o esteio da Fé do Rabi da Galiléia. No momento da expiração final do corpo, elevou sua voz: Pai, em Tuas Mãos entrego o meu espírito.
O homem, na sua trajetória terrena, não sofre nenhuma das dificuldades enfrentadas pelo Cristo. Sucumbe, muitas vezes, diante de qualquer querela ou se preocupa com dizeres ou palavras de outrem que colocam em cheque a sua vacilante fé.
Instado por Críton, o discípulo que conseguira abrir a porta da cela da prisão de Sócrates sugerindo sua fuga porque morreria pelo veneno cicuta, o filósofo mestre respondeu: “Ninguém mata Sócrates, porque Sócrates não é carne, mas, a alma imortal.
Já entontecido pela cicuta respondeu a Críton que queria saber onde enterra-lo: o corpo vocês enterram onde quiserem, porque Sócrates voa para Deus.
Tem a coragem da fé aquele que é humilde, tolerante e que não hesita na dedicação ao trabalho do Bem, sempre em favor do próximo, mesmo diante de dificuldades e de empecilhos do dia-a-dia.
A prece é recurso poderoso para que o espírita encare, confiante, qualquer problema na certeza de que sua coragem vem de um Grande Deus.

A INVEJA


Logo após o sepultamento de Frederico, morto em conseqüência de insidiosa doença, aos 22 anos, o filho dileto de Delcina, mãe amorosa que o criara junto de mais dois outros irmãos depois que o marido Raulino a abandonara e aos filhos, crianças ainda, ela se retirava chorosa lamentando – o que será de mim sem Fred.
O amigo Lucas, trabalhador espírita do mesmo Centro onde o jovem desencarnado aprendera, meses antes de sua passagem para a Vida Maior, as noções fundamentais da Doutrina Consoladora, abraçou-a sussurrando-lhe no ouvido:
– Delcina, se inveja fosse boa eu estaria morrendo de inveja de Frederico.
Ela, estacou, parou de chorar e olhou fixamente para Lucas que lhe sorriu, plácida e serenamente.
– E por que? – perguntou Delcina.
– Porque ele está muito bem, livre, feliz e sem nenhum sofrimento lá onde se encontra e nós aqui enfrentando dificuldades. E, continuou – o choro, a tristeza deixam Frederico triste. Sorria e agradeça a Deus pelo lugar onde ele está porque de lá, com as bênçãos do nosso Pai e a ajuda dos bons espíritos, todo o tempo, irá te amparar os teus passos aqui na Terra. Acrescentou – quando você sentir saudade, lembra daqueles momentos de alegria e de felicidade e logo vai sentir a presença dele por perto e o seu coração se enternecerá fortalecendo-se para os outros embates da vida.
Já se passaram mais de dez anos desde aquele dia.
Daí em diante, o astral de Delcina mudou. Tornou-se mulher vibrante, operosa e quando, a saudade aperta o seu coração, ela se lembra das palavras de Lucas e sorri sentindo que Frederico está por perto acariciando sua face, adoçando-lhe a existência.
Muitas criaturas choram, quando entes queridos, principalmente jovens, voltam para a Pátria Espiritual!
Acostumados e acomodados às competições da vida social, as pessoas se esquecem de que são passageiras pela vida terrena deixando-se levar pelas influências diárias e choram, nem tanto pelo ente querido, muito mais pela perda de uma fonte de renda representada por aquele que partiu.
Então sentem inveja daqueles que ficaram, especialmente dos conhecidos, vizinhos ou competidores no mercado da vida cotidiana.
Confiança em Deus e é hora de sorrir como Delcina, porque “A inveja é o cupim da alma”, ensinou Emmanuel para Chico Xavier.